VEIO D'AGUA
ÁLVARO MAIA
Gosto de ouvir-te, veio de agua pura,
recortando os recantos escondidos
de soluços, de vozes, de arruidos,
entre hinos de alegria e de amargura ...
Choras no coração da selva escura
a saudade dos trilhos percorridos,
e ao teu pranto, lembrando os tempos idos,
a verde alma da terra se mistura ...
És calmo e frio em fases diferentes,
ora na rude angustia das vazantes,
ora no desespero das enchentes ...
E, corda de harpa rebentando em festas,
ergues ao ceu, em notas delirantes,
a epopeia convulsa das florestas ...
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